segunda-feira, 21 de maio de 2007

Ser e estar

Não há nada a fazer quando as pessoas não querem falar. Ou ouvir. Ou estar estando, que é diferente de estar sem estar, porque isso é estar sem ser. O tempo foi tecendo um manto de confusão e dúvida e agora, não sei onde estás nem quem és afinal, é como se saísses dentro de ti e vivesses a tua existência na qualidade de um espectador da própria vida, e se calhar é por isso que estás sem estar e estás sem ser. E eu não te consigo encontrar, nem mesmo tu.

Uma noite / quando o mundo já era muito triste / veio um pássaro da chuva e entrou no teu peito / e aí como um queixume / ouviu-se essa voz da dor que já era a tua voz / como um metal fino / uma lâmina no coração dos pássaros / agora / nem o vento move as cortinas desta casa / O silêncio é como uma pedra imensa encostada às nossas gargantas...

Pedro Carreira

Um comentário:

Patrícia Fonseca disse...

Ser ou não ser, eis a questão, também já indagava Shakespeare.
Já pensaste que às vezes as pessoas têm de deixar de ser e de estar no seio da sua existência, para voltarem a ser e a estar?... Por vezes, necessitamos de "fugir" de nós próprios, ficarmo-nos a observar... como se estivessemos no limbo, a analisar o que somos, onde estamos, o que queremos ser e para onde queremos ir... Esse limbo, por vezes, é algo fulcral para se avançar...
Se calhar é o que se passa agora...Tenta descontrair, amigo. O que teu tiver de ser e a teu lado de estar...está guardado para ti. Lembra-te!;)A ansiedade só afuguenta as conquistas.

Tenta tu também ter o limbo... vais ver que regressarás uma outra pessoa dentro do teu ser e estar.

Mereces td de bom e do menos bom que te acontecer, que saibas retirar a luz dessas trevas!